Seis meses depois, estamos ainda muito longe de perceber a gravidade da pandemia provocada pelo covid-19. Os efeitos colaterais são devastadores e atingem áreas tão dÍspares que vão desde a economia à espiritualidade, passando pela vida social. Mudou - ou ainda vai mudar - muita coisa depois desta pandemia. Desde logo, importa assumir que com ela vamos conviver durante muito tempo. E mesmo que surja uma vacina, como todos desejamos, a verdade é que as gerações que ai vêm terão que viver com a constante ameaça de um regresso em força.
Assim sendo, é tempo de repensar os modelos de vida que tinhamos até há poucos meses atrás. Repensar as estruturas, os ambientes, os esquemas e as formas de procedimento. Em toda as áreas.
No que a nós diz respeito, temos que repensar as formas a que nos habituamos e em que fomos educados para a vivência da fé. Somos os últimos sobreviventes de uma certa forma de celebrar a fé que agora tem que ser esquecida. Somos os protagonistas de uma nova forma de expressar a fé. Sintamo-nos felizes por termos sido escolhidos para esta missão. As formas de vivência da fé que conhecemos foram-nos dadas há muitas gerações; fizeram santos e atravessaram a historia por longos anos. Agora terminaram. Aceitemos esta verdade. Só aceitando que o passado terminou poderemos iniciar um processo de renovação.
A fé não muda. A forma de a viver e expressar muda obrigatoriamente. Habitualmente as mudanças neste campo são lentas e acontecem de forma normal e consequente. Agora somos convidados a operar uma mudança que é repentina, brusca e para a qual não estávamos preparados; porque estávamos adormecidos. Vivemos "na zona de conforto deixada pelos nossos pais" somos convidados a sair dessa zona de forma abrupta e até violenta.
É um desafio hercúleo, mas altamente desafiante. Antevejo que seremos capazes de o realizar, mas preparemo-nos para muitos embates, incompreensões e condenações.
Porque queremos ir em frente vamos apontar nesta página algumas das propostas e dos caminhos que pensamos rasgar. O objetivo será sempre a maior glória de Deus e o bem das pessoas. Coragem... e, como nos fomos habituando a dizer, "vai ficar tudo bem".